MARATONA OSCAR 2024: "ZONA DE INTERESSE" / A PERFEITA TRADUÇÃO DA 'BANALIDADE DO MAL'

 

PERTURBADOR, "ZONA DE INTERESSE" (2023), DE JONATHAN GLAZER, É A MAIS PERFEITA TRADUÇÃO DA 'BANALIDADE DO MAL ', TERMO QUE A FILÓSOFA JUDIA ALEMÃ HANNAH ARENDT USOU PARA DEFINIR O HORROR DO HOLOCAUSTO. E ME DEIXOU COM VONTADE DE LER O LIVRO HOMÔNIMO DE MARTIN AMIS, PUBLICADO EM 2014. 

AO CONTRÁRIO DO AUTOR INGLÊS, QUE DISSECA O TEMA SOB DIFERENTES PONTOS DE VISTA, O DIRETOR OPTOU POR EXACERBAR O MAL FOCANDO NO DIA-A-DIA DA FAMÍLIA DO DIRETOR DO COMPLEXO AUSCHWITZ-BIRKENAU, CUJA RESIDÊNCIA FICAVA AO LADO.

A APROPRIAÇÃO DOS PERTENCES DOS APRISIONADOS, OS DIÁLOGOS SURREAIS, O JARDIM FLORIDO E BEM-CUIDADO, A AMPLA ÁREA DE LAZER PARA AS CRIANÇAS, O RIO INVADIDO PELAS CINZAS... CADA CENA A PROVOCAR MAL-ESTAR. 

A MÃE DE HEDWIG HOSS (SANDRA HULLER, DE ANATOMIA DE UMA QUEDA) COMENTA QUE SUA EX-PATROA, UMA JUDIA RICA, DEVE ESTAR 'AÍ' E QUE TENTOU COMPRAR AS BELAS CORTINAS QUE COSTUMAVA LIMPAR... NESSES TEMPOS ESTRANHOS DE RELATIVIZAÇÃO DO QUE NÃO PODE SER RELATIVIZADO, UM FILME IMPERDÍVEL QUE CONCORRERÁ À 5 OSCARS NA PREMIAÇÃO DO DIA 10/03.