A LUTA PARA QUE A IMAGEM DE UM TRANSMAN REFLITA SUA ESSÊNCIA ESBARRA NA AUSÊNCIA DE PROFISSIONAIS E DE SERVIÇOS DE SAÚDE, LEVANDO ESSA POPULAÇÃO A PROCESSOS CLANDESTINOS E PERIGOSOS. "DOLOROSO NÃO É FAZER UMA CIRURGIA, DOLOROSO É ESSE PROCESSO SOCIAL", AFIRMA KAIO LEMOS, 38, ATIVISTA TRANS E CRIADOR DO ABRIGO THADEU NASCIMENTO (VER TRANSMAN/OUT'17).
O BACHAREL EM HUMANIDADES PELA UNILAB (UNIVERSIDADE DA INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA AFRO-BRASILEIRA) ESTÁ A A ESPERA DE DOIS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS PARA COMPLETAR SEU PROCESSO TRANSEXUALIZADOR: MASTECTOMIA MASCULINIZADORA E HISTERECTOMIA (RETIRADA DO ÚTERO). E ENFRENTA A DOR DE QUEM PRECISA RECORRER À JUSTIÇA PARA OBTER ACOMPANHAMENTO MÉDICA, TERAPIA HORMONAL E CIRURGIAS PELO SUS - APESAR DO PROCESSO SER REGULAMENTADO DESDE 2008.
PARA UMA POPULAÇÃO QUE DEVE ATINGIR 2,4 MILHÕES, EXISTEM APENAS NOVE CENTROS HABILITADOS PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE PARA PROCEDIMENTOS HOSPITALARES E AMBULATORIAIS - EM MINAS GERAIS, RIO DE JANEIRO, SÃO PAULO, PARANÁ, RIO GRANDE DO SUL, GOIÁS E PERNAMBUCO. NO CEARÁ, O ÚNICO EQUIPAMENTO QUE OFERECE ATENDIMENTO AMBULATORIAL E PSICOLÓGICO É O HOSPITAL MENTAL DE MESSEJANA.
POR CONTA DISSO, 90% DAS PESSOAS TRANS FAZEM O PROCESSO POR CONTA PRÓPRIA. OS RISCOS, CLARO, SÃO ENORMES. O PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO RADICAL, VIA TERAPIA HORMONAL SEM ACOMPANHAMENTO MÉDICO, AMPLIA O RISCO DE HIPERTENSÃO, TROMBOSE, COMPLICAÇÕES RENAIS E NEOPLASIAS.
"ESTAMOS VIVENDO OU MORRENDO SOCIALMENTE? ELES QUESTIONAM NOSSA SAÚDE MENTAL MAS, MUITAS VEZES, SÃO ELES QUE A DESTROEM POR TORNAR O PROCESSO DOLOROSO, TESTANDO QUEM VOCÊ É. O TEMPO TODO DUVIDANDO DA NOSSA IDENTIDADE", DESABAFA O ATIVISTA, QUE VIVENCIA ESSE PROCESSO HÁ DOIS ANOS E OITO MESES.
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