segunda-feira, 9 de abril de 2012
HOMOAFETIVIDADE: AMORES MASCULINOS NA GRÉCIA ANTIGA 1
MAIS QUE QUALQUER OUTRA CIVILIZAÇÃO, A GRÉCIA CONCEDEU UM LUGAR OFICIAL AOS AMORES MASCULINOS. ESSAS RELAÇÕES SE INSCREVIAM, PRIMEIRAMENTE, NO QUADRO PEDAGÓGICO E INICIÁTICO QUE VINCULAVA UM ADOLESCENTE A UM HOMEM MAIS VELHO. MAS, PARA ALÉM DESSES ASPECTOS RITUAIS, A CIDADE GREGA SE BANHAVA INTEIRAMENTE NUMA ATMOSFERA DE EROTISMO EM QUE O CORPO NU DOS HOMENS ERA GLORIFICADO. NÃO HAVIA, CONTUDO, UM TERMO PARTICULAR PARA DESIGNAR TAIS RELAÇÕES HOMOSSEXUAIS.
O QUE IMPRESSIONA -E INCOMODA OU ENCANTA, DEPENDENDO DO PONTO DE VISTA- NÃO É A EXISTÊNCIA DA HOMOSSEXUALIDADE NAS SOCIEDADES GREGAS (ELA EXISTE EM QUALQUER OUTRA, MAIS OU MENOS DIFUNDIDA E IDENTIFICÁVEL), MAS SEU STATUS PRIVILEGIADO, EM GRANDE PARTE MAIS VALORIZADO QUE A FREQUENTAÇÃO DAS MULHERES -PELO MENOS EM CERTAS ÉPOCAS E EM CERTOS MEIOS. COMPREENDE-SE PORQUE AS SOCIEDADES OCIDENTAIS, ALIMENTADAS DE MORAL JUDAICO-CRISTÃ, NAS QUAIS A HOMOSSEXUALIDADE FOI POR MUITO TEMPO CONSIDERADA COMO A ABOMINAÇÃO ABSOLUTA, NÃO TENHAM CESSADO DE SE INTERROGAR SOBRE ESSE ASPECTO PARTICULAR DO HELENISMO, NOSSO OUTRO GRANDE ANTEPASSADO.
POR MUITO TEMPO PREVALECEU SOBRE O TEMA UMA ABORDAGEM PRUDENTE E EMBARAÇOSA. ALGUNS ESTUDIOSOS, CUJA NOTORIEDADE E REPUTAÇÃO AUTORIZAVAM A ABORDAR O TEMA, ATINHAM-SE À EXPLICAÇÕES SUPERFICIAIS QUE CONSISTIAM BASICAMENTE EM MINIMIZAR O FENÔMENO. HENRI-IRENÉE MARROU, POR EXEMPLO. EM SUA BELA 'HISTOIRE DE L'ÉDUCATION', NEGAVA QUALQUER CARÁTER SEXUAL ÀS RELAÇÕES ENTRE AMANTES E, A DESPEITO DOS TEXTOS E IMAGENS, QUERIA REDUZIR A RELAÇÃO 'ERASTÉS-ERÒMENOS' (ERASTÉS DESIGNA O PARCEIRO QUE TOMA A INICIATIVA MAS TAMBÉM O QUE DESEMPENHA O PAPEL ATIVO; ERÒMENOS É O MAIS JOVEM, QUE SE SUBMETE) A UMA CAMARADAGEM MASCULINA, MILITAR OU PEDAGÓGICA, QUE SOMENTE CONDIÇÕES EXCEPCIONAIS E A FRAQUEZA DA CARNE PODIAM TRANSFORMAR NUM CORPO-A-CORPO ILÍCITO.
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