INDIVIDUALISTA, EXCÊNTRICO, TÍMIDO, APARENTEMENTE DESAJUSTADO E LINDO, O ESCRITOR NORUEGUÊS KNUT HAMSUN NASCEU NA POBREZA EM 1859, PASSANDO FOME E SOFRENDO TODO TIPO DE HUMILHAÇÃO.
FOI ESTIVADOR, LENHADOR, MARINHEIRO, SAPATEIRO, CONDUTOR DE BONDE, JORNALISTA E CUIDADOR DE FRANGOS. VAGOU PELA EUROPA, VIVEU NOS ESTADOS UNIDOS E ESTA SUA VIDA ERRANTE MOLDOU-LHE O CARÁTER, DANDO-LHE INSPIRAÇÃO PARA CRIAR SEUS VIBRANTES PERSONAGENS. O ESCRITOR ATORMENTADO DE 'FOME', QUE ESCREVEU QUANDO TINHA 31 ANOS, É ELE MESMO.
COM TRADUÇÃO DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE, O COMOVENTE E PROFUNDO ROMANCE DESCREVE DE FORMA TRAGICÔMICA AS AGRURAS DE UM ESCRITOR MISERÁVEL QUE VAGA PELAS RUAS DE CRISTIANIA (ATUAL OSLO) VESTINDO FARRAPOS, FAMÉLICO E LEVANDO NO BOLSO UM TOCO DE LÁPIS COM O QUAL ESCREVE ARTIGOS PARA JORNAL - DEPENDENDO DESSE PAGAMENTO PARA COMER E SEGUIR VIVENDO.
GANHADOR DO PRÊMIO NOBEL DE 1920, HAMSUN LANÇOU TÍTULOS COMO 'PAN', 'FRUTOS DA TERRA', 'VITÓRIA', ENTRE OUTROS E TORNOU-SE POPULAR. FLERTOU COM O NAZISMO, FOI PRESO, DADO COMO LOUCO E MORREU SEM REMORSOS, EM 1952, AOS 92 ANOS.
PAUL AUSTER ESCREVEU NO PREFÁCIO DA EDIÇÃO PORTUGUESA: "SEU NARRADOR - HERÓI COMO O RASKOLNIKOV DE DOSTOIEVSKI - NÃO É TANTO UM DESFAVORECIDO MAS UM MONSTRO DE ARROGÂNCIA INTELECTUAL. A PIEDADE NÃO DESEMPENHA QUALQUER PAPEL EM 'FOME'. O HERÓI SOFRE - MAS, UNICAMENTE, PORQUE DESEJOU SOFRER!"
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