COUBE AO FILÓSOFO E CLASSICISTA FRANCÊS PIERRE HADOT (1922-2010), DESMISTIFICAR ESSA IDEIA TÃO DIFUNDIDA. DESDE O TITULO, "A FILOSOFIA COMO MANEIRA DE VIVER", MOSTRA QUE O QUE TORNA ALGUÉM EM FILÓSOFO É ANTES A MANEIRA COMO LEVOU UMA VIDA DEVOTADA A SABEDORIA DO QUE QUALQUER 'EDIFICIO CONCEITUAL' QUE TENHA ERGUIDO.
E NINGUÉM ILUSTRA MELHOR ESSA CONCEPÇÃO DO QUE SÓCRATES. MESTRE DE PLATÃO E FIGURA MAIOR DE SEUS DIÁLOGOS, PRESERVADO PELA TRADIÇÃO CRISTÃ, OBJETO DE INTERESSE DA ACADEMIA E ALVO DE PENSADORES ICONOCLASTAS COMO NIETZSCHE, ESSE HOMEM BAIXO E FEIO, TAGARELA E IMPERTINENTE, PARECE SER A ENCARNAÇÃO DA ATIVIDADE FILOSÓFICA. NO ENTANTO, NÃO DEIXOU UM ÚNICO REGISTRO ESCRITO E, DE TUDO O QUE SABEMOS A SEU RESPEITO, NÃO SE CRÊ QUE TENHA DEIXADO SEQUER UM SISTEMA DE PENSAMENTO COMPLETO.
NAS PALAVRAS DO HISTORIADOR GREGO PLUTARCO, A VERDADEIRA FILOSOFIA DE SÓCRATES FOI SUA VIDA COTIDIANA. COUBE A HADOT DEMONSTRAR QUE UMA SUBSTANCIAL PARCELA DA FILOSOFIA ANTIGA ERA MUITO MAIS UM "CHAMADO A UMA FORMA DE VIDA" DO QUE O ENSINAMENTO DE VERDADES TEÓRICAS ABSTRATAS. A FILOSOFIA DE PLATÃO "NÃO BUSCAVA INFORMAR, MAS SIM FORMAR."
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