quinta-feira, 26 de setembro de 2013
POESIA: ROBERTO PIVA E SEUS GAROTOS
ROBERTO PIVA (1937/2010) FICOU CONHECIDO COMO O POETA DOS GAROTOS. AO LONGO DE SUA PRÓDIGA CARREIRA, ELE ARREGAÇOU A HIPOCRISIA DA SOCIEDADE HOMOFÓBICA BRASILEIRA AO TRADUZIR EM VERSOS SUA VIVÊNCIA DE DESEJOS -NOS QUAIS, LIVRES DAS CULPAS E MEDOS DA CLASSE MÉDIA, OS GAROTOS DA PERIFERIA ERAM SUA INSPIRAÇÃO. PIVA SEMPRE TEVE SEU NOME LIGADO AO ESCÂNDALO E À LOUCURA. ELE MESMO ADMITIA QUE DESDE JOVEM ESTEVE METIDO EM ARRUAÇAS E QUE CHEGOU ATÉ A CORRER PELADO PELAS RUAS RUAS DO PACAEMBU QUANDO TINHA UNS 20 ANOS...
TINHA UM MÉTODO DE CRIAÇÃO NADA ORTODOXO: ELE TOMAVA CHÁ DE COGUMELOS, ESCUTAVA JAZZ E TAMBORES, EXPANDINDO OS LIMITES DA RAZÃO... OS POEMAS ERAM FEITOS DO QUE SOBRAVA DAS ORGIAS. REBELIÃO, ANARQUIA, SUBVERSÃO DO CORPO -DONO DE UMA VASTA ERUDIÇÃO, PIVA NÃO SE DEIXAVA IMOBILIZAR PELOS 'TORNIQUETES DA CONSCIÊNCIA', OU SEJA, NADA DE CULPA POR SER QUEM ERA. NÃO À TOA, ELE CHAMAVA SUA POESIA DE MAGMÁTICA. "EU SÓ ACREDITO EM POESIA EXPERIMENTAL QUE TENHA VIDA EXPERIMENTAL", DIZIA. NESSE SENTIDO, O HOMOEROTISMO EM SUA OBRA NÃO É APENAS PANO DE FUNDO. ELE É A PRÓPRIA MEDULA DA SUA ESSÊNCIA POÉTICA. SEM OS GAROTOS NÃO HÁ POESIA. UMA AMOSTRA:
" TEU CU FORA DA LEI
TEU PAU ENFURECIDO
ALEGRIA DE ANJO
NAS ESTRADAS DO PRAZER
LÍNGUA DOS ESPÍRITOS ÍNDIOS
COGUMELOS PROFETIZANDO
ANARQUIA E DELÍRIO
BOCA NO MEU PÉ
BOCA NO MEU SACO
POESIA É DESATINO
ABRINDO A NOITE AO EXCESSO DO DIA"
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