sexta-feira, 17 de abril de 2009

UMA PÉROLA LITERÁRIA: A PRIMEIRA VEZ DE GAUGUIN, SEGUNDO MÁRIO VARGAS LLOSA




OLHA QUE BELEZA DE TEXTO:

" O ESPAÇO ERA VERDE AZUL, NÃO PIAVA PÁSSARO ALGUM E, SALVO O RUMOR DA CORRENTE CONTRA AS PEDRAS, HAVIA UM SILÊNCIO, UMA TRANQUILIDADE E UMA LIBERDADE QUE ... DEVIAM SER OS DO PARAÍSO TERRENAL. TINHA OUTRA VEZ O M EMBRO TESO E SE SENTIA DESFALECER DAQUELE DESEJO INÉDITO. ABANDONAR-SE, RENDER-SE, SER AMADO E BRUTALIZADO COMO UMA FÊMEA PELO LENHADOR (A QUEM ELE DESCREVE COMO DONO DE UMA 'BOCA DE LÁBIOS RETOS GERALMENTE FRANZIDOS EM UM TREJEITO DESDENHOSO'!).

VENCENDO SUA VERGONHA, DE COSTAS PARA JOTEFA, DEIXOU-SE IR NA DIREÇÃO DELE E ENCOSTOU SUA CABEÇA CONTRA O PEITO DO JOVEM. SENTIU-O ACOMODAR-SE, AJUSTAR-SE. FECHOU OS OLHOS, PRESA DA VERTIGEM. SENTIA CONTRA SUAS COSTAS O MEMBRO, TAMBÉM DURO, DO RAPAZ, ROÇANDO-SE NELE. E, EM VEZ DE AFASTÁ-LO E GOLPEÁ-LO..., DEIXAVA-O FAZER, SEM NOJO, COM GRATIDÃO E TAMBÉM GOZANDO."
(MÁRIO VARGAS LLOSA EM 'EL PARAÍSO EN LA OTRA ESQUINA' /2003)

BELÍSSIMA DESCRIÇÃO DE UMA ENRABADA, HEIN? O PRÓPRIO PAUL GAUGUIN ( QUE JÁ HAVIA LEVADO VAN GOGH À LOUCURA), RELATA MARAVILHADO ESSA AVENTURA COM JOTEFA DURANTE SUA BUSCA POR MADEIRA PARA SUAS OBRAS NAS SELVAS DO TAHITI. RELATA ISSO EM SEU DIÁRIO, DEIXADO NA FRANÇA EM SUA ÚLTIMA VIAGEM À TERRA NATAL ANTES DE RETORNAR PARA MORRER NO SEU PARAÍSO PARTICULAR.

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